Uma atuação comprometida a transformar a realidade das pessoas que passam por momentos difíceis é o que tem feito a ONG Casa Nosso lar nos últimos 7 anos em que existe em Macapá, recebendo e orientando pacientes em tratamento fora de domicílio.
A fundadora e diretora, Julia Soares, teve a iniciativa para a criação da entidade após seu ex-marido com câncer receber um equivocado diagnóstico terminal no estado do Amapá. Por esforço próprio, conseguiu viajar para Fortaleza, onde pôde receber um tratamento eficaz da doença. Essa “nova oportunidade de vida”, como Julia gosta de falar, se tornou uma missão para levar esperança a outras pessoas que passam pela mesma situação.
O primeiro desafio enfrentado foi em relação ao TFD, que não cumpria o seu papel. A Casa Nosso Lar começa, então, a desenvolver projetos de assistência, saúde, assessoria jurídica e demais apoios. Segundo Julia, a falta de atenção e organização da gestão estadual ampliava os problemas e feria a legislação, privando os pacientes daquele benefício. “Nós fomos fortalecendo essa luta, reivindicando o direito, por isso, em pouco tempo, já tínhamos o cadastro de mais de 3 mil pessoas”, conta a diretora.
Atualmente, a ONG conta com inúmeras parcerias nos principais hospitais do país, fruto do diálogo e relacionamento adquirido pela direção da Casa no decorrer dos anos, oportunizando agendamentos e retornos ágeis para os pacientes, o que nunca antes foi alcançado pela administração pública.
Mas a Casa Nosso Lar vai além. Entendendo a necessidade dos moradores do interior do estado que precisam realizar exames ou aguardar na capital até a data da sua viagem, foi aberto um espaço para acolher esse público e seus acompanhantes. Ainda que com vagas limitadas à estrutura, são ofertadas camas e refeições, trazendo dignidade, conforto e segurança nesse momento delicado em que vivem.
Para Júlia, a burocracia é uma das maiores dificuldades enfrentadas para ter acesso ao TFD, pois implica em tempo e disponibilidade, que, se tratando de pessoas doentes, se torna um preço alto demais a ser pago.
Quando enxergamos um trabalho como o da equipe que faz a Casa Nosso Lar funcionar, no qual grande parte é voluntária, conseguimos perceber a responsabilidade sobre vidas que são salvas e que podem voltar a sonhar. Algo feito sem obrigação, mas com muito compromisso para suprir a necessidade que ainda está muito longe de ser assumida pelo Estado.
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