Um voo experimental realizado nos Estados Unidos comprovou que drones não-tripulados podem ser uma ferramenta essencial para transportar órgãos humanos em tempo recorde até as salas de operação.
Considerado “extremamente bem-sucedido”, o voo permitiu o transplante de rim de uma mulher de 44 anos, em Baltimore, no estado de Maryland.
Realizado no dia 19 de abril, ele foi divulgado apenas no final do mês passado pelo Centro Médico da Universidade de Maryland (UMMC, na sigla em inglês), que recebeu o órgão para transplante.
De acordo com o tabloide Baltimore Sun, o drone saiu do Hospital Saint Agnes e percorreu 4,2 quilômetros em 10 minutos até o UMMC.
Em um carro, o mesmo transporte levaria em média de 15 a 20 minutos, sujeito ainda ao trânsito da região. Segundo os responsáveis pelo experimento, utilizar drones é uma solução suficientemente mais rápida, segura e acessível do que qualquer outro meio de transporte convencional.
A empreitada começou há três anos, quando o hospital investiu no desenvolvimento de uma nave não-tripulada que também tivesse sensores internos para monitorar a temperatura e a umidade da caixa durante o transporte.
Antes do envio de um órgão vital, os pesquisadores fizeram transporte de soro fisiológico e amostras de sangue, dentre outros componentes. Em novembro de 2018, um rim saudável, porém não-viável para transplante foi realizado com sucesso.
“Existe uma disparidade lamentável entre o número de receptores na lista de espera para transplante de órgãos e o número total de órgãos transplantáveis”, afirma Joseph Scalea, cirurgião e líder do projeto.
Para o profissional, os drones são a chave para ampliar o número de órgãos transplantados. Segundo dados da Rede Unida para Compartilhamento de Órgãos, a fila de espera por transplante nos EUA tinha 114 mil pessoas em 2018. A expectativa é que a tecnologia possa ajudar mais pessoas a serem atendidas.