Obra literária é o segundo trabalho do projeto “Jovens Escritores”; atividades acontecem desde 2016.
No município de Oiapoque, distante cerca de 590km de Macapá, estudantes da Escola Estadual Profº Joaquim Caetano da Silva reúnem memórias e perspectivas sobre a vida em forma de literatura.
Foi deste trabalho, orientado por professores e outros integrantes da comunidade escolar, que nasceu “Gratidão às nossas raízes”, com o objetivo de estimular esse sentimento nos leitores.
“O livro está focado em mostrar e expressar as coisas boas que passam despercebidas em nosso cotidiano”, disse Kétriny Silva (19), estudante concluinte do ensino médio.
Segundo Kétriny, o livro deveria ter sido lançado com antecedência, mas por conta da pandemia de Covid-19, não teve como acontecer.
“Por um tempo as esperanças de o livro ser lançado estavam quase mortas, mas graças a professora, que insistiu e continuou lutando por essa causa, nós pudemos ver o projeto finalizado, é por isso que me sinto grata, porque só quem viveu essas lutas entende o quanto esse livro é importante”, completou.
A professora de quem Kétriny fala é Iranilda Sousa, idealizadora do projeto “Jovens Escritores”, que surgiu em meados de 2016 e foi colocado em prática em 2017. A primeira obra foi escrita em 2018 e lançada em 2019.
“Procuro desenvolver projetos que sejam úteis na formação dos alunos e que tragam um significado maior para eles, para a escola e para toda a comunidade”, disse Iranilda. “Gratidão às nossas raízes’ é uma homenagem ao nosso estado do Amapá, ao nosso país, ao nosso Oiapoque e a todos os nossos ancestrais”, explicou.
A primeira obra literária publicada pelo grupo se chama “Histórias que ainda não foram contadas”, de 2019. Nesse livro os alunos abordam o preconceito racial e os 300 anos de escravidão no Brasil.
Perguntada sobre que profissão gostaria de seguir, Kétriny disse “quero continuar escrevendo meus versos, poemas e quem sabe ser reconhecida como uma grande escritora, quero escrever minha própria história”.